Remo Nacional
Entrevista com Marcello Varrialle sobre Mundial de Juniores
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Criado em Sábado, 01 Agosto 2015 15:55
Four Skiff Masculino / Foto de Paulo Vinícius de Souza
O Brasil participa com seis barcos do Mundial de Juniores na semana que vem. Entrevistamos o técnico responsável pela preparação dos atletas que nos representarão. O gaúcho Marcello Varriale* nos falou sobre diferenciais de algumas guarnições além da forma de preparação, importância de competir em "casa" em um evento desse porte assinado pela FISA e as perspectivas para o Mundial.
Características importantes de alguns barcos brasileiros:
Double Skiff Feminino : formado pelas duas primeiras remadoras da Seletiva Nacional, Isabelle e Milena, é o principal barco feminino no Mundial. Na regata Junior de Hamburgo venceram uma das provas disputadas.
Four Skiff Masculino : formado pelos três primeiros colocados na Seletiva Nacional, Lucas Verthein, Anderson Dalla Vecchia e Daniel Silva, o barco foi reforçado com Bernardo Boggian desde a regata de Hamburgo. Na Alemanha, venceram uma das provas disputadas.
Four Skiff Feminino : a formação conta com 4 jovens remadoras, que poderão dar prosseguimento no barco na próxima temporada.
Dois Sem Masculino : formado pela dupla de Florianópolis, vencedores da final do Brasileiro de Barcos Curtos e prata no Sul Americano Junior disputado no Paraguai em abril.
Além dos barcos descritos, o Brasil se inscreveu no Single Skiff Masculino e Oito Com Masculino.
Preparação para o Mundial de Juniores:
A preparação foi realizada em quatro camp training durante o ano, em Porto Alegre e no Rio de Janeiro. Durante o período, várias possibilidades de formação foram testadas, na busca dos melhores barcos para cada categoria. Além disto, a rotina de duas a três sessões diárias foi implantada, mantendo o foco e o volume de treinamento em alto nível.
Importância de participar do Mundial:
A participação de competições de juniores é de fundamental para o aumento da base de atletas brasileiros. Com a grande oportunidade de disputarmos dentro do próprio país e na raia olímpica, este significado aumenta. Grande parte dos juniores da seleção brasileira ainda estarão na categoria no próximo ano. A experiência da participação na maior competição da categoria serve como uma grande motivação para a renovação do remo nacional, além de envolver um grande grupo que deverá seguir em preparação buscando o alto rendimento na categoria sênior.
Disputarmos um Mundial em "casa" é uma grande oportunidade também para estimularmos jovens remadores nos clubes e até mesmo novos remadores a dedicarem-se ao treinamento visando o remo de competição.
Benefícios de competir no Brasil:
A grande diferença é competir no local onde todos os remadores conhecem, sem precisar grandes deslocamentos ou períodos de adaptação. Além disto, o Mundial no Rio permitiu envolvermos a maior equipe júnior possível, que terá apoio da torcida local durante as provas.
Perspectivas para esta competição:
A perspectiva deve ser realista em relação a uma competição deste nível. Ao mobilizarmos uma grande equipe estamos buscando o desenvolvimento do remo nacional, incluindo muitos atletas, mesmo que não tenham ainda o nível para competir por uma final A. O que buscamos é a perspetiva de desenvolvimento da categoria para alguns barcos, onde a competitividade será grande já nas primeiras provas.
Entre os principais barcos da equipe, o objetivo é maior. Os barcos onde estão os primeiros colocados da seletiva de barcos curtos estarão competindo com o primeiro objetivo de entrar na Semi-final A/B para buscarem vaga na Final A.
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Marcello Krause Varriale coordena a comissão técnica responsável pela preparação da Seleção Brasileira de Juniores no Mundial da categoria formada por Bernard Dias, Paulo Vinícius Sousa, Luciano Luiz Sousa, Marcos Martins e Leonardo Cortes da Cunha.