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Waldemar Trombetta - A educação através do esporte


Dono de uma personalidade forte, histórias que dariam um livro e orgulho da sua trajetória no esporte, Waldemar Trobetta, o Trombetinha, vem de uma família com três irmãos dedicados ao remo e uma vontade de aprender que impulsionou sua carreira dentro e fora das raias. Seu início no remo foi no Flamengo por causa de seu irmão mais velho, Odilomar, aos dezenove anos de idade. O atleta conta que o seu começo no esporte foi muito rápido, já competindo em provas internacionais com menos de dois anos de treinamento e obtendo bons resultados.


Uma das experiências que mais marcou a vida e carreira de Trombetinha foi o Sul Americano e Copa Latina, realizados na Lagoa Rodrigo de Freitas em 1976. As duas competições foram realizadas em finais de semanas seguidos, com uma semana apenas de diferença. O primeiro evento a acontecer foi o Campeonato sul Americano de Remo, onde Waldemar, em sua primeira competição internacional, sentiu o nervosismo e virou o barco na altura dos 1000 metros, mesmo estando na frente dos adversários, como ele mesmo conta.

Na semana seguinte, foi realizada a primeira Copa Latina de Remo com participação de países como França, Itália, Espanha, Argentina, Uruguai, Chile, Peru e Brasil. O público foi recorde no estádio de remo da Lagoa e as provas foram transmitidas ao vivo. Mas o destino de Waldemar Trombetta seria completamente diferente de sua primeira experiência, uma semana antes, durante o sul-americano. Sem dar chance para o azar e os adversários, o remador desceu a prova do single skiff (1x) e ganhou dos demais barcos, impulsionando o Brasil para uma vitória, levando quatro das sete provas do programa.

A competição foi recorde de público e audiência, sendo transmitida ao vivo e marcando a carreira de todos os remadores que faziam parte da seleção brasileira composta por um time de feras que tinham sido campeões Pan-Americanos nas edições de 1971 e 1975, como o dois sem (2-) de Bagattini e Érico e o double skiff (2x) de Mario Franco (Boco Moco) e Gilberto Gehardt, aliás este ultimo atleta teve uma influência muito positiva na carreira de Trombetinha.


DESISTIR NUNCA!Waldemar Trombetta conta com orgulho todas as suas conquistas no remo e leva com muito carinho a amizade e as lições dadas pelo seu professor, quase particular. " Eu queria muito aprender e sabia que o esporte iria me ajudar. Sai do interior, queria estudar! Eu tinha muita força para passar na água e pouca técnica. O Buck, treinador do Flamengo na época, pediu ao Gilberto Gehardt, campeão pan-americano de remo em 1975, que me desse aulas no skiff para que eu desenvolvesse a minha remada. "Em uma das nossas últimas descidas, eu ganhei dele e você sabe o que ele fez? O Gerahdt saiu do barco e me deu um abraço, feliz da vida! Uma das melhores lembranças que eu tenho até hoje!", conta emocionado Trobetinha.

Após a primeira vitória, a carreira de Waldemar deslanchou. No sul-americano seguinte, em Valdívia, o atleta não conquistou apenas uma medalha, mas duas e de ouro! Em 1979, Waldemar subiu ao pódio dos Jogos Pan-americanos, conquistando a medalha de prata no four skiff (4x). Ainda usando as cores da Seleção Brasileira, o atleta nos representou em duas Olimpíadas, a de Moscou (1980) e a de Seul (1988).

O Sonho Olímpico:Como todo atleta de alto rendimento, o sonho olímpico também fez parte da carreira de Waldemar Trombetta. Representante da Seleção Brasileira em dos Jogos: Moscou (1980) e Seul (1988), o remador relembra das experiências com carinho e mostra que queria mais! " Quem ganhasse a Copa Latina iria para a Olimpíada de Montreal, mas eu tinha pouca experiência e não fui. Nos Jogos seguintes, em 1980, em Moscou, chegamos em quinto lugar na final B do four skiff (4x) e aí tive a oportunidade, que agarrei com tudo o que tinha, de ir para Seul em 1988, no quatro sem timoneiro (4-). Entre os Jogos de Moscou e Seul, o atleta deu uma pausa nos treinos, mas não conseguiu ficar muito tempo afastado das raias e das competições.

O que poucos sabem é que, apesar de nos representar em duas Olimpíadas e Pan-Americano, Waldemar Trombetta nunca nos representou em Copas do Mundo e Mundiais de remo. Conforme o remador, "não era para ser", e relembra do acidente que sofreu durante os treinamentos para a seletiva de uma dessas competições. Trombetinha estava treinando no single skiff (1x) quando um dois sem timoneiro (2-) sem bola de proa, de outro clube, bateu em seu barco, e empalou sua perna. Muitos acharam que o atleta não iria voltar aos treinamentos depois do acidente.


A proa do dois sem atravessou a batata da perna de Waldemar. "Eu lembro que não senti dor, mas sangrou muito. Era final de treino, não se tinha quase ninguém na água. Os atletas do outro clube que estavam no dois sem, choravam muito e eu estava desesperado porque não parava de sangrar e eu pensava: não posso desmaiar aqui! A sorte é que o Doquinha (professor da escolinha do Flamengo) estava treinando o iole e veio me socorrer. Fui levado no barco dele até o Flamengo e, de lá, ao Miguel Couto. Acredite ou não, quinze dias depois estava remando", relembra o Atleta.

A Bola de Proa é um dos itens mais importantes para a segurança do atleta durante treinamentos e competições. Obrigatórios em barcos desde os Jogos Olímpicos de 1936, ocorridos em Berlim. A regra foi criada após um acidente similar ao de Waldemar Trombetta, envolvendo dois atletas italianos e um francês no Campeonato Europeu de 1935. Para a sorte de Trobettinha, o acidente não atingiu nenhum órgão vital e a única sequela que carrega até hoje é a cicatriz do acidente.

Remar é Preciso: Logo após nos representar em Moscou, Waldemar Trombetta trocou de clube e saiu do Flamengo, indo para o Vasco em 1981. Em campeonatos brasileiros, Waldemar Trombetta acumula e coleciona títulos na palamenta dupla ou simples e ressalta que a competição que mais sente falta é o Fita Azul que teve a oportunidade de competir. " O (single) skiff é um barco muito importante, para remadores que, como eu, preferem a palamenta dupla. Uma pena a competição ter acabado", lamenta o atleta


Os estudos dentro e fora das raias! "Eu fui dos últimos a vir do Sul para o Rio de Janeiro devido à polícia Especial do Exército. Queria muito aprender. Morava no interior, quando cheguei no Flamengo eu queria aprender remo e estudar, sabia que através da escola eu mudaria de vida. Fiz supletivo de noite para terminar a escola e depois passei para a Faculdade. O Flamengo conseguiu uma bolsa de estudos, nunca pensei em desistir. Hoje sou formado em Educação Física. Passei em concurso para ser funcionário público e ensinar nas escolas estaduais até eu me aposentar. Através do remo, com muita forca de vontade e persistência", eu construí minha vida.

Apesar da aposentadoria das raias, Trombetinha nunca parou de remar ou estar envolvido com a modalidade. Hoje, após a aposentadoria das escolas do ensino público, o remador tem seu segundo tempo no remo, mas como treinador do Guanabara. "Tenho uma aula de 81 anos! Tenho atletas que treinam comigo por muito tempo e me seguem para onde eu for. Gosto do esporte! Fomos campeões brasileiros de Master depois de muito tempo. Uma vitória que me trouxe muita felicidade e orgulho dos remadores do clube", comemora Waldemar.




"Gosto de ensinar, não sou um treinador, sou um educador. Tem uma diferença enorme. Não ensino remo apenas para meus atletas sentarem no barco e remarem. Busco mostrar a eles o amor pelo esporte, mostrar a modalidade como um todo. A técnica correta. Eu sei como faz diferença uma boa remada. Tento passar para eles tudo o que eu sei. Quem sabe quando eu me aposentar como técnico, eu vou voltar a treinar mais para ir competir na categoria máster em Mundiais", sonha Waldemar, que sem sombra de dúvidas não pretende se separar do remo tão cedo!

Waldemar Trombetta tem uma coleção de mais de 300 medalhas, conforme o atleta. Construiu sua trajetória de vida dentro e fora das raias de remo com muita dedicação e força de vontade. Treinando de manhã cedo e estudando à noite. O único arrependimento do atleta é não ter começado a remar mais cedo e sonha em um dia contar aos seus netos sua saga na modalidade.

imagens: internet / acervo CBR

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