Classificado em Gavirate no mês passado, conquistando a tão sonhada vaga para os Jogos Paralímpicos de Tóquio, o Quatro com Timoneiro Misto PR3 (PR3 Mix4+) da Seleção Paralímpica, promete incomodar e conquistar um resultado inédito para o Remo Nacional. Conheça um pouco mais de cada uma dos remadores que vão defender o Brasil em Tóquio!
Equipe do Quatro Com Misto PR3 durante a Regata Final de Qualificação em Gavirate
Jairo Frohlich Klug"O objetivo claro e união entre os atletas do barco fez toda a diferença em Gavirate. O objetivo claro e preciso de todos os integrantes nos fez evoluir durante a competição", conta Jairo Klug sobre a classificação do seu barco para os Jogos Paralímpicos de Tóquio, durante a Regata Final de Qualificação Paralímpica realizada do início de junho deste ano.
Jairo Klug com a medalha de ouro do Double Skiff Misto PR3 conquistada no Mundial de 2018O atleta conta que começou no remo sem pretensão e que aos poucos a importância do esporte cresceu em sua vida e isso fez com que sua dedicação aumentasse. "Sabe aquela sensação que você que vai morrer depois de uma prova? Misturada com a sensação de que valeu a pena todo o esforço? Então, é isso que me fez voltar sempre e persistir", explica Jairo.
O remador, que começou a carreira no remo olímpico aos 17 anos em 2001 e chegou a participar da Seleção Brasileira da modalidade, competindo inclusive no Pan-Americano de 2007 no Rio de Janeiro, viu a sua vida mudar depois de um acidente de moto em 2011.
Jairo explica que a transição para o para-remo foi natural. Apesar de não ter sido fácil esta mudança, foi o que manteve viva a esperança de realizar seu sonho de ir para uma edição dos Jogos Olímpicos. O sonho virou realidade em 2012, em Londres, quando o atleta integrou, pela primeira vez, a Seleção Paralímpica de Remo.
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O remador, que participa da Seleção Brasileira pela segunda vez nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, afirma que os atletas do barco estão mais focados do que nunca e que o aumento da confiança da equipe durante o mundial foi fundamental para a classificação.
"A equipe respondeu bem durante o Mundial e o conjunto está evoluindo, espero que esta evolução continue durante os campings de treinamento antes dos Jogos. Estou ansioso para remar junto com eles", explica Jairo. O atleta está concentrado 100% em Tóquio e afirma estar pronto para ir à Paralimpíada. "Tomei a segunda dose da vacina no último dia 8 (de junho) e estou pronto para viajar", conclui o Jairo.
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Valdeni Junior da Silva Com uma história iniciada no atletismo de velocidade, Valdeni Silva Junior, integrante do Quatro com Misto PR3, deixa sua disciplina militar transparecer durante o seu dia a dia atarefado e dedicação contínua para o remo. "Eu vivo 100% para o remo", afirma o atleta, que ainda trabalha e estuda Educação Física.
Valdeni começou a remar em 2018 e competiu sua primeira prova internacional de remo em Gavirate, no início deste mês, onde o seu barco se classificou para a Paralimpíada de Tóquio. Ele afirma que faltam palavras para descrever a emoção que foi classificar o barco.
Valdeni Silva em frente a Ponte Hercílio Luz, em Florianópolis, sede do clube Aldo Luz "Somos cinco pessoas, mas dentro do barco somos um só. Mentalmente estamos unidos e agora é se manter fisicamente e buscar bons resultados em Tóquio. Vamos brigar por medalha", afirma Valdeni, que apesar do pouco tempo de remo, tem um passado de destaque no esporte, já que o atleta participou das Olimpíadas Militares em 2018. Ano em que sofreu o acidente que mudaria sua vida.
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• Confira mais fotos de Valdeni Junior em nossa Galeria de Imagens »Quando perguntado se sua história no esporte é um fenômeno, Valdeni em tom humilde responde que "o barco é o fenômeno, e cada um dentro da equipe está dedicado e focado igualmente e que o Quatro com Misto PR3 está unido mais do que nunca ", explica o atleta.
"Acredito que este é o ano que teremos a chance de escrever nosso nome na história do remo, é essa expectativa para Tóquio. Esse é o sonho, a esperança, o foco.", afirma contundente Valdeni Silva Junior, integrante do Quatro com Misto PR3 do Brasil.
Diana Barcelos de Oliveira "Foi a melhor experiência que eu tive até hoje em um barco, os atletas não deixaram que nada tirasse o foco da vaga, estávamos super unidos. Um grupo muito maduro", é assim que Diana Barcelos, integrante do Quatro Com PR3, descreve a equipe de seu barco durante a Qualificatória de Gavirate, onde conseguiu uma vaga para as Paralimpíadas de Tóquio.
Diana começou no esporte paralímpico como parte de sua reabilitação após uma cirurgia. A sua primeira escolha foi a vela, mas o esporte acabou saindo do programa das Paralimpíadas em 2016, o que motivou Diana a procurar novos desafios e foi onde ela achou o remo.

Diana Barcelos e Jairo Klug comemorando o ouro no Mundial de Remo Sênior 2018
Diana afirma que, apesar do remo ser um esporte extenuante e ter uma rotina de treinos pesada, os bons resultados obtidos durante diversas competições internacionais a fez empolgar com o esporte. A atleta conta que o Quatro Com PR3 tem uma energia diferente. "O ambiente de respeito, um complementa o outro, um ajuda o outro. Isso faz o barco forte. Todo mundo com muita vontade de vencer", explica a Diana.
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A atleta afirma que a briga vai ser árdua e que o foco desses Jogos está na conquista de uma vaga na Final A, inédita para o Quatro Com PR3 em Paralimpíadas, e quem sabe uma medalha. Diana conta que o remo desperta um lado competitivo mais visceral de sua personalidade e que uma vez com o barco classificado tudo é possível.
Empolgada com os campings de treinamentos, Diana conta que espera aumentar o volume de treino, remar junto com a equipe para refinar a remada e o conjunto para os Jogos. "Vamos fazer treinos estratégicos para as provas e nos aprimorar", concluiu a remadora.
Ana Paula Madruga de SouzaAna Paula Souza é uma das atletas com mais experiência de remo dentro da equipe que forma o Quatro Com Timoreiro Misto PR3 que vai para os Jogos Paralímpicos de Tóquio.
Mais de uma década dedicada ao esporte e oito medalhas internacionais, além de diversas medalhas nacionais, formam a carreira vitoriosa da atleta. "Remar no paralímpico é uma superação a cada remada. Uma luta contra o próprio corpo mas vale a pena", conta Ana.
Ana Paulo Souza com as três medalhas que conquistou no Brasileiro de Para-Remo 2019"Um barco misto vai muito além do físico. Tem que ter uma união de corpo, mente e coração", explica a remadora. Empolgada com a classificação para os Jogos de Tóquio, a atleta afirma que nunca remou em um barco com uma equipe tão unida e acredita na classificação inédita do Quatro Com em uma Final A paralímpica.
"Esta é a melhor guarnição da qual eu fiz parte em toda a minha vida no remo. Estamos mais unidos do que nunca. O ego fica de fora do barco", comemora a remadora. "Todos no barco são bem verdadeiros e realistas", conclui Ana.
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A atleta de Santa Catarina está em casa, treinando ansiosa para o próximo Campo de Treinamento que começa no dia 15 de julho. "Vamos nos reunir em São Paulo e vamos ficar treinando juntos até o embarque para os Jogos. O barco tem evoluído bem, mas acredito que ainda temos mais para render, aprimorar", conta a remadora.
A trajetória de Ana começa em 2009, quando a atleta procurou uma associação de deficientes físicos em busca de um esporte para conviver melhor com sua patologia. "Queria algo que tivesse contato com a água, então me indicaram natação e remo."
De acordo com a atleta, o início no remo não foi fácil, mas a persistência e o amor pelo esporte fez com que ela superasse obstáculos e desenvolvesse uma boa técnica na remada. "Eu comi foi pedra no início, mas nunca desisti. Passei por muita coisa, mas o importante é que estou aqui e vamos para Tóquio!", comemora Ana.
Jucelino “Birigui” SilvaJucelino Silva, o Birigui, começou no esporte muito antes de sonhar com o para-remo, chegou até a ir para um Mundial Sub 23 com a Seleção Brasileira, mas foi uma questão de tempo para o amor pelo remo paralímpico se consolidar. Aos 49 anos, o timoneiro do Quatro Com Misto PR3 vai para sua primeira Paralimpíada.
Birigui comemorando a conquista da vaga na volta para casa, no Rio de Janeiro"Me sinto lisonjeado de ser timoneiro do Paralímpico, por ser deficiente eu me identifico com eles (remadores) e entendo a luta de cada um. Paralímpico é paixão", explica o atleta.
"Por duas vezes, o meu sonho bateu na trave", lembra Birigui que sonha com mais. "Agora que nos classificamos em Gavirate, vamos trabalhar para baixar o nosso tempo e buscar a Final A, inédita para o Quatro Com PR3 nas Paralimpíadas. Quem sabe até uma medalha!"
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Estratégico, sempre falando dos tempos de outras equipes e das táticas usadas no último Mundial, o timoneiro do Quatro Com PR3 afirma que os atletas do barco estão mais unidos do que nunca. "Nunca estive em um grupo tão focado e tão unido como este, estamos no caminho certo", afirma o atleta.
Quando perguntado sobre planos futuros, Jucelino afirma que acha muito difícil parar e "largar" o remo. "Eu tinha tudo pra dar errado, mas a fé que eu tenho pelo esporte, meu amor pelo remo, me salvaram. Eu não consigo me imaginar sem”, conclui Birigui.
Crédito das Imagens: Gustavo Medeiros (Valdeni Junior), DetlevSeyb/World Rowing (Diana Barcelos), Esporte Clube Pinheiros (Jairo Klug), Arquivo Pessoal (Ana Souza, Jucelino Silva)