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Gibran Vieira Cunha – A Saga Pan-Americana

Com um começo marcado pela persistência em ir remar pelo seu clube do coração, Gibran Vieira da Cunha teve sua carreira marcada pela resiliência, superação e amor não só pelo esporte. Quase 30 anos de carreira e mais de 15 anos de Seleção Brasileira.

Gibran em 1999, após a conquista da Prata no Dois Sem no Pan-AmericanoGibran em 1999, após a conquista da Prata no Dois Sem no Pan-Americano

Gibran Cunha coleciona títulos nacionais, oito medalhas de ouro sul-americanas e é o segundo remador brasileiro com o maior número de medalhas em Jogos Pan-Americanos da história, são 3 medalhas de prata e uma de bronze. Nascido em Santa Catarina, Gibran começou no remo aos 12 anos de idade e por três vezes foi ao clube do seu coração, o Martinelli, até que finalmente foi aceito depois de muito persistir.

"Eu não era muito alto na época e era bem magro, acho que foi por isso que o técnico da equipe não queria que eu treinasse lá. Fui para o Riachuelo e depois o Aldo Luz, mas tinha alguma coisa naquele vermelho e preto do Martinelli que me fez persistir em remar usando as cores do clube", relembra Gibran. Foi em 1987, já usando as cores do Martinelli, que Gibran conheceu o seu primeiro grande treinador: Olidomar Trombetta, o Trombetão.

"Eu sentava na voga do barco e ele no lugar do timoneiro, bem em frente da minha bancada. Era um barco antigo de madeira. Trombetão me dava uma aula particular de remo sem nem sentir! Em 1988, nos tornamos Campeões Brasileiros Júnior com ele como nosso treinador", conta o atleta com a voz cheia de orgulho.

Gibran (esquerda) durante sua estadia no Japão, na cidade de Nagano, em 1995Gibran (esquerda) durante sua estadia no Japão, na cidade de Nagano, em 1995

Gibran vai além e explica o papel fundamental de Trombetão em sua história na modalidade: "Devo a ele a primeira luz na minha carreira. Quando comecei a treinar com ele é que eu realmente quis ser remador". Após algumas participações em brasileiros e outras tantas medalhas defendendo o Martinelli, Gibran, junto com um grupo de atletas da mesma equipe, passaram duas temporadas de 3 meses em um clube de remo no Japão em 95 e 96.

Mas foi em 1996 que aconteceu um dos maiores desafios à resiliência do atleta. Após ser convocado para a Seleção que iria aos Jogos Olímpicos de Atlanta, Gibran foi cortado do grupo. "Eu nunca representei o Brasil em Jogos Olímpicos. Quando fui cortado da Seleção, eu até pensei em desistir do esporte. Mas decidi que todo aquele episódio iria me fazer mais forte", explica o remador.

Mudança para o Rio

Anos mais tarde, já formado em Geografia, o atleta dividia seu tempo entre os treinamentos de remo e a profissão de professor, dando aulas da disciplina em escolas de SC. O convite do C.R. Vasco para remar no Rio de Janeiro veio no final da década de 90 e, de acordo com Gibran, a proposta e o retorno financeiro fariam toda a diferença na vida do remador.

De mudança para o Rio de Janeiro, a vida de Gibran se transformaria mais uma vez, agora morando longe da família. No início dos anos 2000, o atleta já tinha feito o seu nome no cenário nacional, ganhando brasileiros e representando o Brasil em Jogos Sul-Americanos, Pan-Americanos, Mundiais e Copas do Mundo.

Equipe do Oito com, prata no Pan-Americano de 2007, no Rio de JaneiroEquipe do Oito com, prata no Pan-Americano de 2007, no Rio de Janeiro

Mas então mais uma prova a resiliência do atleta aconteceria quando ele estava concentrado com a Seleção Brasileira nos anos 2000. Gibran descobriu que tinha trombose profunda na perna. O atleta teve que ser cortado da Seleção por esse motivo e ficou sem treinar por 60 dias. Voltando à prática do esporte no mesmo ano e as competições em 2001, sem nenhuma sequela da doença.

"Todo mundo pensou que eu ia parar nessa época. Mas eu voltei aos treinos e as competições. Apesar de sempre monitorar a minha perna e tomar todos os cuidados, não tive nenhuma sequela da doença", comemora o remador.

O Retorno

Gibran voltou às competições e, em pouco tempo, já estava de volta aos pódios e a Seleção Brasileira. Ao longo de sua carreira, o remador representou o Brasil por 13 vezes entre Mundiais e Copas do Mundo.  

Gibran chegou à final B dessas competições por algumas vezes. Conquistando o oitavo lugar geral na em duas edições Copa do Mundo, realizadas na Alemanha, em 2003 no Dois Sem (2-) Timoneiro e em 2006 remando o Quatro Sem (4-) Timoneiro e o nono lugar geral no Mundial da Espanha em 2002, também no Dois Sem (2-) Timoneiro.

Foi no ano de 2003, no Mundial realizado na Itália, que Gibran, remando o Dois Sem (2-) Timoneiro, quase classificou seu barco para os Jogos Olímpicos de Atenas. Mais uma vez a chance Olímpica escapou por muito pouco. Entre os barcos brasileiros naquela competição, foi o que melhor se classificou, perdendo a vaga para os Jogos de Atenas por uma posição. As vagas Olímpicas foram distribuídas entre os 11 primeiros daquela prova e os brasileiros terminaram em décimo segundo lugar.

Disputa do Mundial de Remo 2003, na Itália, da categoria Dois Sem Timoneiro

Mas nem só de resistência e resiliência se vive o atleta. Apesar de lições duras durante a carreira e algumas oportunidades para superar obstáculos, Gibran também teve seus momentos mais que vitoriosos no remo. Os Sul-Americanos de 2002 e 2005, realizados no Brasil, são a prova disso. A equipe brasileira foi soberana nas duas edições, dando ao remador algumas de suas oito medalhas de ouro na principal competição da América do Sul.

Foi também em uma das edições dos Jogos Sul-Americanos que Gibran conquistou sua, na época namorada, e atual esposa Fabiana Beltrame. Os dois atletas defendiam as cores da Seleção e do Vasco quando começaram o relacionamento.

Medalhas Pan-Americanas

Um dos pontos altos da carreira do atleta foram suas participações em Pan-Americanos. Foram quatro edições do evento, algumas provas poderiam fazer parte de um filme de tão dramáticas e emocionantes. Como a prova de Dois Sem (2-) Timoneiro em 1999, nos Jogos de Winnipeg. O barco brasileiro chegou em segundo lugar, perdendo por menos de um segundo para a embarcação da Argentina.

Gibran só aceitou a colocação depois que ele viu o photo finish da prova. Foi também naquela edição do Pan que o Oito (8 +) Com Timoneiro brasileiro vinha disputando a prova contra a equipe norte-americana quando um dos remos dos atletas prendeu no fundo da raia, deixando todos os remadores, Gibran entre eles, com a sexta colocação da prova.

Gibran foi comentarista das provas de remo nos Jogos Olímpicos Rio 2016Gibran foi comentarista das provas de remo nos Jogos Olímpicos Rio 2016

Em 2003, no Pan de Santo Domingo, o barco do remador, o Dois Sem (2-) Timoneiro, chegou na competição como o favorito. Infelizmente, depois de uma prova acirradíssima, Gibran e seu companheiro de barco, Alexandre Altair Soares, chegaram em segundo lugar. Com três medalhas de prata e uma de bronze em Pan-Americanos, Gibran Cunha é o segundo brasileiro com o maior número de medalhas na competição mais importante das Américas.

Com tantas recordações importantes na carreira de Gibran durante Pan-Americanos, nada mais simbólico que sua aposentadoria da Seleção Brasileira ser na edição carioca do Pan em 2007, na Lagoa Rodrigo de Freitas. Exatamente na última prova do programa de regatas da competição, o Oito Com (8+) Timoneiro, onde o atleta conquistou a medalha de prata.

Jogos Olímpicos de 2016

Com a carreira marcada por quase ter classificado seu barco para os Jogos de Atenas e ter perseguido o sonho olímpico por todos os anos dedicados à Seleção Brasileira, foi após sua aposentadoria das raias que a chance de participar das Olimpíadas bateu na porta.

Durante os Jogos do Rio de Janeiro em 2016, Gibran foi comentarista das provas durante toda a competição e ainda foi repórter, fazendo entrevistas ao vivo com os atletas e espectadores do evento. "Deu medo, porque eu tinha que falar em português e inglês ao vivo e ainda tinha um delay no retorno do áudio. Mas a vida é feita de desafios e foi uma das melhores experiências que eu tive", comemora Gibran.

Gibran com a esposa, a remadora Campeã Mundial Fabiana BeltrameGibran com a esposa, a remadora Campeã Mundial Fabiana Beltrame

Do Remo para a Vida

"O remo me deu tudo, não só bens materiais. O esporte me deu a minha esposa, a minha família, meus filhos, meus estudos e oportunidades que vão muito além da modalidade", explica o remador. Gibran Vieira Cunha tem todas as suas medalhas e troféus organizados e catalogados em sua casa em Florianópolis e mostra, com orgulho, os títulos que colecionou durante seus quase 30 anos de carreira. Casado com Fabiana Beltrame e pai de dois filhos, Gibran que se formou em Administração, durante os anos que remava no Vasco, se tornou empresário e é dono de seu próprio negócio.

Crédito das Imagens: Reprodução, Arquivo Pessoal

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