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Denis Marinho: O incrível Hulk


Denis Marinho representante do Brasil nos Jogos Olímpicos de Los Angeles (84) de Seul (88), ganhou o apelido de Hulk dos seus companheiros de garagem, não por acaso. Além de ter dois metros de altura, era sempre quem chamava sua equipe para crescer nos finais de prova, o que mostra que maior que seu tamanho físico é a sua personalidade.


Denis Marinho na voga do quatro com timoneiro da Seleção Brasileira


Dono de uma carreira invejável, Denis começou no remo por acaso. Chegando na adolescência, a atleta decidiu que queria fazer um esporte, pensou em fazer basquete e um amigo dele remo. Por causa do professor que faltou para fazer sua inscrição na escolhinha de basquete do Flamengo, Denis foi visitar a garagem do clube e se cativou pelos os barcos. "Nossa, todos aqueles barcos me encantaram. Fiquei imaginando se alguem conseguia sentar ali e remar ou se tinha alguma outra parte que encaixava. Ainda bem que escolhi o remo! Descobri mais tarde que sou péssimo para jogar bola", conta o remador.

O Atleta começou sua carreira no Flamengo e teve sua primeira competição internacional em 1981, quando ainda era júnior, nos Jogos Sul Americanos de Buenos Aires, levando para casa a única medalha de ouro do país naquela edição do evento, no quatro com timoneiro (4+).Depois da sua estreia pela seleção brasileira, Denis não parou mais. No ano seguinte, o remador iria representar o Brasil mais três vezes, uma delas na centésima Regata Real de Henley no Canadá, conquistando a terceira coloção no dois com timoneiro (2+), ao lado, de um de seus ídolos no remo, Walter Hime.


Denis Marinho, primeiro atleta da esquerda para a direita

Primeiro Panamericano: Denis teve sua estréia em Jogos Panamericanos em 1983, em Caracas, e foi ali, que para o remador, aconteceu uma das provas mais emocionantes e importantes de sua vida, o quatro com timoneiro (4+). "A prova foi muito difícil, mas levei dali o positivo e a superação que a equipe teve. O papel do timoneiro, o Gauchinho (Nilson Alonço), foi fundamental. Tinha um vento de lado que mexia a raia toda, estava difícil de remar e nós não estávamos com regulagem (de barco) para isso. Um dos atletas enforcou e o barco parou no meio da raia. Fomos para último lugar. O Gauchino não deixou a gente nem pensar! Mandou alinhar , se posicionar e demos uma nova largada. Viemos recuprerando cada posição e chegamos em segundo lugar em uma das provas mais emocionantes da minha carreira", relembra Denis Marinho.

O remador, que além dos dois Jogos Olímpicos, também participou de dois Panamericanos representando o país, onde conquistou duas medalhas de prata, uma em cada edição. Porém, outra prova que o atleta coloca na categoria de: "uma das mais felizes de sua carreira" veio dois anos depois do Panamericano de Caracas. Em 1985, no Fita Azul, competição realizada pelo extinto Clube Espéria de São Paulo, que reunia os skiffistas do país.

"Eu prefiro os barcos de conjunto e gosto mais da palamenta simples, por bem pouco, em relação a palamenta dupla. Mas ganhar a prova de skiff no fita azul foi uma experiência única. Foi uma das provas que eu me senti bem remando apesar no nervosismo", explica Denis. Em 1987, iria repetir o feito e levar mais título no fita azul para o Flamengo.


Denis Marinho junto a equipe do Flamengo

Flamengo: Com o começo de sua história no Flamengo, passando pela escolhinha de remo do Clube e chegando a equipe, Denis Marinho coleciona boas memórias e amigos do tempo de garagem que para ele foi um lugar lúdico . "Não sou saudosista, pra mim o melhor tempo é o agora e o Flamego se tornou aquilo que tinha que se tornar, mas hoje eu me sinto um veterano de guerra sabe? O Paulo Negão (Paulo Macário) fica me chamando para remar Máster, quem sabe um dia eu volto?", lembra e comenta o remador.

O atleta relembra com carinho as experiências que o moldaram e os ateltas que o inspiraram a se tornar o hulk do remo. "Me lembro no dia que eu saí, pela primeira vez, no centro do oito do Flamengo em uma regata interna. O (Raul) Bagattini estava na voga. Aquele doido largou a 40 em um barco de madeira e remo de cutelo! Eu quase morri!!!! (risos) Eu cheguei trocando as pernas, quase não consegui sair do barco, ainda lembro do Raul dando risada mas não deixei o rítimo cair. Fui junto com eles até o final", conta Denis.

"Sempre tive admiração por remadores que passavam 100% na água, Valter Hime, Raul Bagattini, Carnaval (Celenio da Silva), Wandir (Kuntze) e Laildo (Ribeiro). Cheguei a remar junto com o Laildo, pessoa fantástica. O bom daquela época , é que eu pude aproveitar a vivência com todos esses caras! Remar junto com as pessoas que você admira e com as suas referências", afirma Denis. O remador também remou por outro clube carioca, o Botafogo.


Denis Marinho no centro do oito com timoneiro do Flamengo

Olimpíadas: Foram das Olimpíadas que veio a maior decepção da carreira de Denis Marinho, como o atleta mesmo conta. "Em Seul (88) eu estava passando por uma fase de overtraining e não consegui performar aquilo que eu achei que estava pronto e apto para fazer. Na época, isso(o conceito de overtraining) era novidade, ninguém entendia o que realmente estava acontecendo comigo, nem eu mesmo. Foi muito doído, porque a impressão que eu tinha é que as pessoas achavam que eu não queria treinar ou estava com preguiça mesmo. Faltou comunicação, faltou conhecimento. Foi um dos momentos mais duros pra mim no remo", relembra.

O remador terminou os Jogos Olímpicos com a certeza de que poderia ter conquistado uma melhor posição que o décimo sexto lugar. A Síndrome de  Overtraining é o conceito de extrema fadiga atingida pelo atleta quando o excesso de treinementos sem o devido tempo de recuperação leva o corpo e a saúde da pessoa ao extremo stress e declínio de sua performance. No caso de Denis, o diagnóstico veio de um médico que consultou o atleta após os Jogos de Seul, mas de acordo com os relatos do remador, os efeitos da síndrome começaram um mês antes da competição.

Denis afirma que a experiência levou ele a se repensar como atleta e como esta fase o transformou como ser humano e mudou a percepção dele em relação ao esporte e as pessoas que estavam a sua volta. "Eu sou uma pessoa canina, muito fiel as pessoas que eu gosto. Eu não conseguia entender o que estava acontecendo comigo, mas eu tinha certeza que não era preguiça ou falta de determinação! A falta de compreensão e de aceitação do que estava acontecendo comigo por parte da comissão técnica, na época, foi o mais difícil de se recuperar", afirma contundente o remador.


Denis Marinho na sota voga do quatro com timoneiro

A importância de um acompanhamento médico para a saúde física e mental do atleta se tornam imperativos não só para os remadores que estão ativos hoje. A vida do remador é muito dura no seu dia a dia. O apoio de profissionais da saúde e a relação de confiança entre remadores e comissão técnica é essencial para que casos, como a síndrome de overtraining que atingiu Denis, não ocorram novamente.

Ainda assim, o atleta, apesar da imensa frutração com o seu próprio resultado, leva do remo as boas lembranças, os amigos e a resilência e persistência adquiridas no esporte. "Remador e igual a soldado. Missão dada é missão cumprida! O remo me fez perceber que eu posso mais do eu mesmo penso. Adquiri força mental, porque na hora da decisão, você tem que enfrentar e não deixar transparecer dúvida ", explica o atleta.

Denis Antonio Marinho, dono de uma personalidade tão grande quanto o seu tamanho físico, atleta, remador olímpico, formado em designer gráfico, encerrou a sua carreira se sentindo um veterano de guerra que volta a viver em sociedade. Leva consigo só o positivo de esporte e os apredizados com os episódios negativos. O poder de tranformação e persistência do atleta faz com que sua dedicação em outras áreas de sua vida , hoje, sejam as mesmas que levava consigo a cada treino.


Imagens: CBR/internet

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