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Alexandre Monteiro Fernandes: O jeito Xoxo de gerenciar e fazer remo no Brasil


Quando o jovem Alexandre Monteiro Fernandes conheceu o remo, nunca iria imaginar que uma vida inteira dedicada ao esporte estaria no seu futuro. Aos 15 anos, iniciou sua carreira no Botafogo. "Eu passava correndo ali na Lagoa muito cedo, morava perto, e o pessoal do clube via. Nao demorou muito e me chamaram", explica o então aspirante a timoneiro. 

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O nome Alexandre durou muito pouco no remo, logo no início um dos vizinhos do timoneiro falou que ele era mais conhecido como Xoxo onde morava e o apelido virou sua marca registrada dentro e fora do esporte. Campeão carioca, brasileiro, sul-americano, medalhista Pan-americano, o atual gerente do Botafogo ainda tem uma participação em Jogos Olímpicos na carreira. São 41 anos dedicados ao remo.

Professor Xoxo: "Depois de uns seis meses no Botafogo, comecei a dar aulas na escolinha. Eu saía com o oito com dos alunos e ia direcionando eles. Mostrando o que eles tinham que fazer", relembra Xoxo. Essa prática era muito comum dentro do Botafogo e o timoneiro dividia o tempo dele entre as aulas e a equipe de remo do clube.

A primeira mudança na carreira de Xoxo veio em 1991, quando o então timoneiro e professor de escolinha saiu do Botafogo e passou a defender as cores do Vasco. Parceria que durou apenas um ano, mas gerou bons frutos na carreira do atleta. Foi nesse ano que integrou a equipe brasileira quee foi ao Pan-Americano de Havana, conquistando uma medalha de Bronze para o país no dois com timoneiro ao lado de Oswaldo Kuster e Marcos Arantes.

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No ano seguinte, em 1992, mais uma mudança viria na direção do timoneiro: Xoxo foi para o Flamengo, onde ficou por quase quatro anos. Foi nesse período que, como atleta, conquistou algumas de suas principais vitórias e integrou a Seleção Brasileira que foi as Olimpíadas de Barcelona em 1992, participando da guarnição do quatro com ao lado de Cleber Fabiano Leite, Otávio Bandeira, José Augusto Loureiro e José Raimundo Gusmão. O barco terminou em décimo segundo lugar geral, sexto lugar na final B. Melhor colocação brasileira naquela edição dos Jogos.

Oxford x Cambridge: "Eu acho que uma das minhas principais vitórias como timoneiro foi a eliminatória para os Jogos Olímpicos de 1992 contra um barco muito forte do Grêmio Náutico União. Tiveram outras também, quando fui o timoneiro do Brasil nas duas vezes que Cambridge e Oxford vieram para o Brasil", relembra o atleta.

No ano seguinte, Xoxo iria liderar o oito com timoneiro do Flamengo em uma vitória histórica contra Cambridge e Oxford na Lagoa Rodrigo de Freitas." Nós remamos contra eles no sábado e ganhamos, e a seleção brasileira competiu no dia seguinte e perdeu a prova", relembra o atleta. Outra vitória contra as tradicionais universidades inglesas viria em 1997.

Apesar de curto, o tempo que Xoxo passou no Flamengo lhe rendeu diversas vitórias como timoneiro e uma amizade com o treinador do clube rubro negro, Guilherme Eirado Silva: "Seu Buck foi um gênio. Ele gostava muito de mim também. Íamos para o Maracanã juntos e ele sempre trabalhou muito pelo remo. Eu saí do clube por algumas coisas que faziam com ele que eu não concordava e também pela falta de oportunidade, já que eu tinha acabado de me formar", relembra Alexandre.

O Bom Filho: Depois de alguns anos entre os clubes rivais do Botafogo, o bom filho a casa torna e Xoxo volta a integrar a equipe do Botafogo como timoneiro e assistente técnico em 1997. Em 2001, Alexandre passa a ser o treinador principal do clube e gerente de remo do Botafogo. Clube de seu coração e que ama defender as cores. A despedida definitiva como timoneiro só veio alguns anos mais tarde.

Entre as carreiras de treinador e timoneiro, Xoxo conquistou a sua principal vitória na carreira em 1997, conforme o próprio atleta conta: "A segunda vitória contra Cambridge e Oxford foi a mais legal! A prova foi em Manaus e tinha muita gente assistindo e a prova também foi transmitida. Foi um trabalho muito grande achar águas em que pudéssemos remar sem afundar o barco. Foi muito arriscado, porque tomamos uma direção diferente dos demais barcos. Imagina se nos remamos diferente e perdemos a prova? Todo mundo vendo? Mas os outros barcos acabaram afundando e o nosso passou porque eu sabia que, se fossemos na mesma direção que eles, iria acontecer o mesmo com o nosso barco", relembra, com felicidade, o timoneiro.

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As equipes das Universidades Britânicas vieram ao Brasil para remar, pela primeira vez, na Baia do Amazonas, no Rio Negro, em 1997. Famosas no mundo todo por anualmente competirem na "The Boat Race" ou apenas "The Regatta" no rio Tamisa, na Inglaterra, os dois barcos vieram ao Brasil pela segunda vez para participar de um desafio inédito: remar 12 quilômetros contra a Seleção Brasileira em uma maratona de remo.

Apesar de ser a segunda vez das equipes de remo das universidades no Brasil, a primeira competição foi muito mais tradicional: 2 quilômetros na raia da Lagoa Rodrigo de Freitas. No sábado, contra a equipe do Flamengo, timoneada por Xoxo, e no domingo contra a Seleção Brasileira. No sábado, vitória rubro-negra, no domingo, vitória de Oxford.

A partir do momento que Xoxo assumiu a equipe do Botafogo como treinador principal, a transição entre as carreiras de técnico e atleta começou a acontecer. "Eu ainda saio timoneando barcos, mas não acho justo competir ainda como timoneiro se eu sou o treinador. Quero ter timoneiros na minha equipe também!", explica o gerente do Botafogo.

A despedida como timoneiro veio em uma prova no sul-americano do Chile em 2010, onde Xoxo foi timoneiro do oito com brasileiro. "Foi a última vez que fomos campeões sul-americanos de oito", relembra saudoso o gerente. Aliás, as últimas três provas de Alexandre liderando barcos brasileiros foram no oito em edições diferentes de sul-americanos em 2002, nos Jogos da Odesur em Curitiba, 2005, no Sul-Americano de São Paulo na raia da USP e finalmente em 2010. Resultado? Três medalhas de ouro e 100% de aproveitamento!

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A aposentadoria da carreira de atleta veio gradativa. Apensar de nunca ter deixado o leme dos barcos, as competições estão no passado e, enquanto uma parte da história se fechava, a outra crescia e tomava forma: A marca de Xoxo de treinar e gerenciar uma equipe de remo.

"Tudo começou com o Max": Desde que Xoxo assumiu, a equipe do Botafogo não só mostrou sua personalidade, mas também implementou sua marca. Quando a comunidade do Remo Brasileiro pensa no remo do clube, pensa no treinador que sempre enaltece as pessoas que trabalham com ele e formam sua equipe. "Somos um grupo pequeno, mas valente. Todas as conquistas e vitórias são do grupo", afirma o técnico.

Mostrando personalidade forte, não teve medo de inovar logo em sua primeira regata como treinador principal do clube, a primeira etapa do estadual carioca, usando um remador novato na prova do single skiff masculino senior. Na época, Xoxo conta que o grande remador de single skiff sênior masculino era um atleta do Vasco, o português Henrique Baixinho.

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"Todo mundo achou que eu estava louco! O Max (Armando Ribeiro Max) era muito novo, tinha remado apenas uma prova de canoe na Regata do Futuro, mas eu vi potencial nele e o fato dele também ser deficiente gerou mais dúvidas ainda. O remador tem deficiência auditiva na totalidade. Mas eu confiei e ele ganhou!", relembra com orgulho Alexandre.

Após uma estreia de sucesso liderando a equipe do Botafogo em 2001, Xoxo ainda relembra outros momentos vitoriosos da equipe. Principalmente quando Ailson (Eráclito) veio para o clube carioca. "Acompanhei o remador no primeiro sul-americano dele. Ninguém acreditou em como ele remou e ganhou a prova! Ele fez o remador brasileiro acreditar que a medalha de Copa do Mundo e Mundial eram possíveis. Ele mudou a mentalidade de todo mundo", afirma o treinador.

Apaixonado pelo Botafogo, Xoxo acredita no trabalho desenvolvido e mostra sua principal característica na hora de gerenciar é saber que cada atleta tem uma personalidade e necessidades diferentes. Além de ser um estrategista de provas e saber trabalhar com as ferramentas que possui. "Temos um orçamento muito limitado, passamos por muitas coisas dentro da garagem do Botafogo, mas o grupo é unido e vamos lutando. Acredito no trabalho desenvolvido no clube e acho que o remo brasileiro evoluiu sim. Temos campeões mundiais, medalhas em Copas do Mundo e em outras competições da Fisa (atual World Rowing). O Remo de hoje sem sombra de dúvidas é melhor", afirma o gerente.

Bota muito fogo na Seleção: Sob a liderança de Xoxo, o Botafogo conquistou algumas medalhas históricas para o Brasil. As duas últimas delas no Pan-Americano de Santiago no Chile em 2023, com Lucas Verthein no single skiff. Após 36 anos sem um primeiro lugar no remo, o atleta subiu ao lugar mais alto do pódio, trazendo uma medalha de ouro inédita para o Remo Brasileiro na prova.

A outra medalha da edição também veio de uma atleta do clube carioca, Beatriz Tavares, ao conquistar, pela primeira vez, a medalha de prata em uma prova olímpica feminina no programa de Santiago: o single skiff feminino.

"Espero que as conquistas e vitórias continuem a chegar. Cada uma delas é um incentivo para não desistir e continuar trabalhando por mais, que a equipe do Botafogo seja vitoriosa. Cada conquista é do grupo e de todos. Trabalhamos todos juntos aqui", conclui Xoxo.

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